sábado, 11 de maio de 2013

A transferência da falta de confiança

Temos assistido nos últimos tempos em Lisboa a um estranho fenómeno: o de criticar toda e qualquer acção que envolva abate de árvores em meio urbano.
Esta situação é tanto mais grave quanto são públicas as responsabilidades civis e criminais sobre os responsáveis autárquicos nas situações em que o mau estado fitossanitário do arvoredo venha a configurar prejuízos a terceiros. Já houve no passado conhecidas sentenças judiciais sobre casos semelhantes.
Em Lisboa, fruto do seu mediatismo e do elevado grau de participação cívica, qualquer árvores abatida em resultado das suas detereoradas condições fitossanitárias, configura um motivo para rápidas especulações.
O Município de Lisboa tem conseguido divulgar estas situações através de relatórios online com fotos e detalhes técnicos das condições fitossanitárias do arvoredo, justificações e descrições. (CONSULTAR AQUI)
Fruto da natural discrepância entre quem conhece as patologias vegetais e o comum dos cidadãos que avalia mediante intuição, verificam-se incompreensões que culminam em campanhas públicas sobre os então denominados "arborícidios". Considero neste aspecto muito grave quando associações e movimentos, estando na posse de informação, nao a divulgam junto dos cidadãos preocupados e que buscam nestas auxílio para as suas dúvidas. Quem ganha com o perpetuar da dúvida?
É certo que décadas de "podas camarárias" não ajudam a fomentar a confiança entre os cidadãos e os poderes públicos responsáveis pela manutenção do arvoredo, mas o que tenho assistido em termos de campanha negativa nestes últimos anos é absolutamente lamentável para as associações em causa, demonstrando que a habitual falta de confiança ainda comum entre o cidadão e o município tenderá, por este andar, a transformar-se progressivamene numa falta de confiança entre o cidadão e algumas ONGAs.  

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